lembranças boas
Você me levou ao sol, depois, conhecemos as estrelas
Demos nomes e amamos, naquela noite calma
Onde os problemas estavam distantes.
Você me fez voar e me deixou cair, tentei me salvar
Mas em quem buscar ajuda? A tempestade havia chegado,
Os murmúrios e choros, aqueles gritos de dor, lamentação
Ainda posso ouvi-los, às vezes distantes, às vezes
Não.
Por que amar e deixar que isso cresça
Para depois matar sem piedade? Piedade…
Todos os que chegam e vêem a morte de perto pedem isso:
Piedade.
O tempo passa e nem nos damos conta disso, é loucura. Não sei exatamente o que sinto
É uma mistura louca de tantas coisas. Minhas memórias também estão bagunçadas
A única coisa que continua intacta é aquela noite,
Aquela noite que jamais - jamais! - vai se repetir. Por mais que eu lembre
Ela existe apenas em mim. É bom ou não? Ainda estou pensando nisso
Pensando em tudo, na verdade. Já acordou desejando não ter acordado?
Já viveu querendo simplesmente largar tudo e correr por ai, sem rumo?
Você me deixou cair, depois da queda, não me levantei. Quedas e quedas
A vida é feita disso, certo? Você se levanta e cai novamente
E fica preso nesse ciclo eterno, se iludindo.
Fico aqui, bebendo esse café que já está gelado, pensando naquela noite
Na queda, na dor, no medo. Penso, pois é a única coisa que tenho agora: pensamentos.
Pensamentos. E uma vontade enorme de ver a chuva.
Kevin
— Lembranças boas…