Futuro não

A você, que tarde chegará

Saiba que já serei outro.

Eu, que não me divirto com o tempo certo

Diferente do meu.

Por ser feito de adeus,

Da solidão continuo perto

Não quero morar noutro lugar.

A você que não chegou cedo

Pois seguiu outras estradas;

As que fugiam de meus braços sedentos

Digo-lhe que só lamento.

De esperança nada sobra

Depois de calendários de medo.

A ninguém; nunca mais!

São capítulos fechados.

Deixo de vez o enfado

Que a tola espera traz.

A você que mora no não-ainda

No algum dia, quem sabe

Ignorando o quanto já sangrei,

Há quanto tempo? Não sei;

De alguma tristeza que me invade

Não há como lhe dar boas vindas.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 29/09/2021
Reeditado em 29/09/2021
Código do texto: T7352905
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