Futuro não
A você, que tarde chegará
Saiba que já serei outro.
Eu, que não me divirto com o tempo certo
Diferente do meu.
Por ser feito de adeus,
Da solidão continuo perto
Não quero morar noutro lugar.
A você que não chegou cedo
Pois seguiu outras estradas;
As que fugiam de meus braços sedentos
Digo-lhe que só lamento.
De esperança nada sobra
Depois de calendários de medo.
A ninguém; nunca mais!
São capítulos fechados.
Deixo de vez o enfado
Que a tola espera traz.
A você que mora no não-ainda
No algum dia, quem sabe
Ignorando o quanto já sangrei,
Há quanto tempo? Não sei;
De alguma tristeza que me invade
Não há como lhe dar boas vindas.