HÁ MONSTROS DE OLHOS AZUIS

Há monstros que têm os olhos azuis,

Como há heróis de pés descalços!

E nesta vida cheia de percalços,

Para muitos..., a pessoa só vale o que tem;

"Abutres" têm suas penas escovadas,

O homem, a sua vida e sua dignidade, destroçadas.

Senis, mancos e moucos;

Perdidos em egos loucos,

Em seus passos poucos,

Não se firmam nem frutificam

Porque são ocos!

Já, os nossos heróis, são esquecidos.

Talentosos e famintos!

Largados no anonimato, extintos.

Trabalhadores "madrugueiros"

Os verdadeiros guerreiros

D'esta pátria!

Os varredores das ruas,

As mães de almas nuas,

De vidas cruas

Nas forças suas,

Por suas crias.

Os pretos, os índios, os pobres;

Os mais nobres

Na pureza d'alma!

E os monstros de olhos azuis,

De peles disfarçadas de nuvens;

Invertem as ordens

E sobem ao "trono" dos heróis,

Mas na hora da verdade,

A sua maldade

Será tão exposta

Quanto decomposta.

Ênio Azevedo

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 07/10/2021
Código do texto: T7358348
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