anti-Aristóteles
Essa cadeira é um fogão
assim, como esse livro
é um pão, e essa maldade
é um perdão. essa alegria
uma caravana e essa algerma
uma safona, pés são pernas
e esse céu é uma caverna
esse chão é uma cama,esses
seios são dois mamões, esse
poema é um rio, enquanto
a rua é um corrimão, essa
forma é uma ilusão, esse
vapor é uma pedra e essa
cidade é uma goela, sua lingua
é uma cadela, o seu sexo
um martelo, minha agonia
é uma clareira e essa viagem
é brincadeira, a sua falta
é liberdade, sua boca, um
trem de ferro e essa vida
é um inferno