Estranhos
Estranho é dormir em silêncio
Ou roubar planos de si mesmo
Estranho é inventar o que não tem sentido...
E caminhar errante em pés vermelhos e rubra boca...ç
olhar daltônico para um mundo tão efêmero e eterno...
estrenho sou eu ingênuo... você sentimental...
tudo em todos...
morrer no sol da terra...
Estranho é sentar-se à porta do mundo...
e não saber para que lado fica o paraíso dos atônitos...
São estranhas essas distâncias mínimas entre uma fala cega e uma visão muda...
esse desejo de querer o além...
de estar tão dentro e fora da tela gigante do cotidiano...
no fundo...no fundo...estranho é a supeficie da alma...
estar à margem da imagem...
sonhar acordado e dormir sem sono...
estranho é o ódio e o remorso...
o credo e a piedade...
estranho são os estranhos...
a esperança no mundo possível....
a segurança e o medo...
sair com a loucura pra tomar um cachaça barata...
estranho é a solidão... ou um milagre da imaginação...
tornar-se um humano obcecado por máquinas...
e não voltar a ser...quando tudo já se foi...
Estranho é ter um nome...um rosto...um escondeirijo para a morte...
e é muito estranho ser um viveiro de plantas...
e fingir esse estatuto de criança...
estranho é passar pela terra em vinte e quatro segundos por hectares de existência...
continuar entrevendo estranhezas nos invernos ao vento...
estranho é o álibi da palavra...
é não fazer do seu lugar sair um outro...
de tudo que vi o mais estranho...
é achar que os outros são estranhos...como se eles não fossem ...afinal...aqueles outros...
que perderam o sentimento de ser estranho sendo um dos nossos...