Comichão
A carência traz bombons e flores
Esconde dores e vazios.
Traz calor em dias frios
E pinta o quadro com alegres cores.
A carência abre a porta do carro
Explode em tolos elogios,
Inflando egos vadios,
Escondendo o que há de bizarro.
Até que outro dia nasce
E uma vez saciada a vontade,
Até nomes são esquecidos.
E o que consigo trouxe?
Noutro peito, alguma saudade
Do que já não será vivido.
E quando a carência retorna,
Busca por números antigos
Mas algo a tem surpreendido
Um coração que já não suborna.