O mato sou eu, sou bicho é de mim

Fui criada feito bicho do mato,

meio bruta, selvagem,

indomável, arredia que só deus.

Sou nascida meio diferente,

quase que nem Guimarães.

Pé sujo e quase sempre descalço

correndo pelo mato, trepando de árvore em árvore.

Não sei, mas desconfio de muita coisa.

Por sorte, desconfio estar alcançando a Grande Humildade.

A de saber coisa pouca,

e a de comtemplar tamanha pequenez.

O mato sou eu.

Sou bicho é de mim mesmo.

Me volto para dentro e

volto a assemelhar a menina que fui

e que carece de correr descalço aqui dentro.

Careço mesmo é de acordar desta espécie de delírio

qual como quem corre em busca da Grande Liberdade.

Vez ou outra ainda arredo, esquivo

Me sinto acuada, então me emboto

Volto para o mato.

Por certo, o mato sou eu.

Sou bicho é de mim.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 27/10/2021
Reeditado em 27/10/2021
Código do texto: T7372586
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