Lótus no tempo
Neste poema quieto
De breves sussurros
Sonhei que levava palavras
Nas mãos e olhos
Nas raízes e nervos
O surreal germina
Na passagem propícia
E na invisível flâmula
Os caminhos se distinguem
Pairando no nada
Inconstantes e quebradiços
Como fragmentos momentâneos
A noite fala sozinha
Lembranças morrem e renascem
Um temporal de pensamentos
Esvai na flor do tempo
Vejo lótus na tempestade
E no relógio do vazio
Onde os ventos se batem
E esquecemos o som do céu