Ele
Meu ciúme tem nome e sobrenome
Ainda que o tente disfarçar,
Meu rosto aflito o entrega.
Não se trata de fúria cega;
Ainda conjugo o verbo amar,
Mas de seu amor tenho fome.
Meu ciúme por vezes some
E me deixa a ver navios.
Viro canção sem rima
E não havendo outro clima,
Mergulho em dias frios,
Repetindo aquele pronome.
Sei o que meu ciúme come
E a quem suas mãos dá
Passeando por aí;
Lugares que não conheci.
Resta-me apenas sondar
Com quem e quão longe.