Ele

Meu ciúme tem nome e sobrenome

Ainda que o tente disfarçar,

Meu rosto aflito o entrega.

Não se trata de fúria cega;

Ainda conjugo o verbo amar,

Mas de seu amor tenho fome.

Meu ciúme por vezes some

E me deixa a ver navios.

Viro canção sem rima

E não havendo outro clima,

Mergulho em dias frios,

Repetindo aquele pronome.

Sei o que meu ciúme come

E a quem suas mãos dá

Passeando por aí;

Lugares que não conheci.

Resta-me apenas sondar

Com quem e quão longe.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 04/11/2021
Código do texto: T7378366
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