Décima prateleira à direita.

Meus olhos escaparam de minha face,

Minha boca subiu pelas paredes,

Meu nariz parou de respirar o oxigênio velho e pesado.

Coitado! Meus ouvidos, seus tímpanos estão vencidos.

Meus braços engessados, e minhas pernas amputadas...

Alguns miseráveis puseram meu coração na geladeira de baixo...

Do que resto do meu cérebro, os pombos se alimentam...

O que restou de mim, é encontrado na décima prateleira do segundo andar,

Primeira a direita,

Sempre esperei por mãos claras e ingênuas podia ser as suas,

mas só encontro o tempo passar, e a poeira chegar.

PINDORAMA
Enviado por PINDORAMA em 20/11/2005
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