Cabeça

De quantas defesas já me defendi?

De quantos nãos se faz um coração?

E quanto de sangue tenho nas vestes

De tantas batalhas que desconheço?

Saber só do fim nega um recomeço

Ainda que o futuro me o conteste

Permaneço atado à voz da razão.

Da boca, nenhuma confissão a sair.

De quantas desculpas disfarçadas

Se faz um desiludido destino?

E quais são as palavras não ditas

Seguidas de uma cama vazia?

Nos muitos livros que outrora lia,

Toda frustração estava escondida.

E por, há muito, já não ser menino,

Rio de qualquer conto de fadas.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 09/11/2021
Reeditado em 10/11/2021
Código do texto: T7382151
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