Aparências

Duas árvores plantadas

Pela mesma mão que semeou o chão

Beberam da mesma água

Cresceram na mesma terra

 

Uma de rara beleza

Frondosa e encorpada

Oferecia sombra apenas

A quem vinha pela estrada

 

A outra pobre coitada

Nanica e desfolhada

Para nada servia

Na beira da estrada

 

O tempo passa lento

Mas chegou a temporada

E a bela e frondosa árvore

Não deu nada.

 

Ao contrario a nanica

Abastada de jabuticabas

Era a alegria

De quem por ali passava.

 

Já não servindo pra nada

A bela árvore acabou sendo cortada

E a outra, a abastada,

Lá estava,

Esperando a nova florada.

 

Às vezes na vida

Não reconhecemos a utilidade da sombra

Cortamos a árvore errada

Mais tarde é que percebemos

A nossa visão errada

Aí então a gente chora

Por não poder fazer mais nada

 

 

Augusta Schimidt
Enviado por Augusta Schimidt em 10/11/2021
Código do texto: T7382700
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