Que também é você

Renasço em cinzas e não em homem, homem, qual?

Ressurjo do nada, a partir de algo deve ser, pois nada não é,

Há de ser-algo, há de ser em mim algo, algo que é algo a outro,

Outrem, ou a alguém, o nada não é nada e o todo é tudo,

O uno é tudo, incluindo nós e o infinito que o é, infinito...

Como sementes de homens grandes, mas os frutos, ah

os frutos, são sonhos; Continuo a ser um nada em pequenez,

Fazendo destes versos vislumbres do horizonte do nada sei;

Cantiga para o infinito, destes versos pórticos para alguém;

Continuo a mercê do infinito, como se não houvesse amanhã

E como se a beira fosse o real hoje, e o sonho o real descontínuo,

Inacabado e contingente de uma falha de acerto de ser, um acerto para o nada.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 23/11/2021
Reeditado em 25/11/2021
Código do texto: T7392110
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