A Última vez

Assim foi a última vez...

Estavas ali, bem simples

Em meio as flores como tua vontade.

Vestida de Branco,

Sem muitos enfeites,

Entre um par de velas acesas.

Com os lábios eternamentes adorecidos,

Como se estivesse dormindo.

Os cabelos negros, ainda encaracolados sob a quietude da noite,

A face serena, como se estivesse a beira da praia a espera da lua,

Que, naquele dia estava tão linda, mas não pudestes ver.

Estavas ali e o minuto me foi fatal.

Não pude dizer, porque não ias me ouvir;

Não pude chorar, poque não ias acreditar;

Te foste dos olhos do mundo

Deixando um caminho a completar;

Que penso tuas filhas irão continuar.

Não eras de festa;

Não eras vulgar...

Apenas uma menina, que se tornou mulher em outro lugar.

Cujos sonhos a realidade cedo veio negar.

Não sei do pecado,

Mas dizem os legados, que ainda havia amor para dar.

Era tão moça!...

Mas olhem lá na porta do dia que vem raiando...

As filhas extensão da nova vida.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 16/11/2007
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