Planeta que respira

a noite havia caído lentamente

o céu que se fazia erguer por sobre,

enchera-se de espessas e cinzentas nuvens

no terraço já com o céu forrado de toda aquela arte

que se fazia pairar no ar com surpreendentes raios a rasgar

como devastadoras vozes saindo furiosas

das profundezas gargantas assombrosas,

o vento varria o chão verazmente,

ainda não chovia, mas os estrondos e clarões que se avistavam no horizonte

indicavam um próximo iniciar…

agora a fúria da natureza itensifica-se

o rugir dos relâmpagos bate violentamente nos tímpanos

todo aquele espetáculo aterrador

desmascara-se e atua então,

na linha textual do concreto,

na abstracidade das tempestades de vestimentas sombrias,

na agua pingada que a posteriori jorra

de condensados corpos que pairam num ar que instiga a questão do como,

na terra tudo se renova com a divindade da fonte temporal que aflora,

nas entranhas da natureza que abarca na profunda das sedes

de um planeta que também respira.

Sizamar
Enviado por Sizamar em 28/11/2021
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