sagrado e profano

cabelos que se eriçam,

homens que se incham de orgulho fútil

pessoas que nos dizem a verdade para nos enganar,

outros que nos escutam friamente sempre que a vida se lhes fecha,

ambiciosos espíritos que anseiam por poder,

pobre daqueles que são hesitantes e retrocedem...

a luz languidesce,

o farol que eternamente percorre os horizontes,

extingue...

surge a noite, cega noite apaga a luz,

na terra e no céu surgem sinistros mistérios,

obscuros enigmas...

ergue-se um grito que fere os céus e os céus oprimiu,

querendo-se propagar pelo infinito.

A dor é uma obra sem nome que renovada,

vem aturdir todas as fibras,

sentimentos desconhecidos sentem-se nascer no peito,

assim como se precipita do alto a rebelde palavra

que se gela nos lábios, inflamando-se no frio do coração.

Imóvel a terra fica muda,

assiste os antepassados no tilintar da eternidade

no sono que reina sobre todos.

Quebra-se o véu das trevas,

os fantasmas que se arrastam por entre as sombras da vida

foram purificadas pela incandescência das candeias de suas almas,

como a escuridão da noite pela luz do dia.

Insuficiente é o sagrado,

pois o profano ainda respira por uma ardosia mal apagada

entre tumultos e perversidades calculadas e imemoráveis

de que só é dotado...

Sizamar
Enviado por Sizamar em 29/11/2021
Código do texto: T7396397
Classificação de conteúdo: seguro