sagrado e profano
cabelos que se eriçam,
homens que se incham de orgulho fútil
pessoas que nos dizem a verdade para nos enganar,
outros que nos escutam friamente sempre que a vida se lhes fecha,
ambiciosos espíritos que anseiam por poder,
pobre daqueles que são hesitantes e retrocedem...
a luz languidesce,
o farol que eternamente percorre os horizontes,
extingue...
surge a noite, cega noite apaga a luz,
na terra e no céu surgem sinistros mistérios,
obscuros enigmas...
ergue-se um grito que fere os céus e os céus oprimiu,
querendo-se propagar pelo infinito.
A dor é uma obra sem nome que renovada,
vem aturdir todas as fibras,
sentimentos desconhecidos sentem-se nascer no peito,
assim como se precipita do alto a rebelde palavra
que se gela nos lábios, inflamando-se no frio do coração.
Imóvel a terra fica muda,
assiste os antepassados no tilintar da eternidade
no sono que reina sobre todos.
Quebra-se o véu das trevas,
os fantasmas que se arrastam por entre as sombras da vida
foram purificadas pela incandescência das candeias de suas almas,
como a escuridão da noite pela luz do dia.
Insuficiente é o sagrado,
pois o profano ainda respira por uma ardosia mal apagada
entre tumultos e perversidades calculadas e imemoráveis
de que só é dotado...