AUTO OUTRO RETRATO PAGÃO
conspiração de luas sublimam o ventre
já não sou quem antes era, estou entre
dois mundo que divisam um só paraíso:
o amor que toco e o amor que divinizo
copérnica de astrolábio perdido coração
mira miragem de astros caídos ao chão
incorrigível, incompatível, invocativa pagã
Lilith na memorável mordida da maçã
febres, destemperos, desejos, quenturas
reger com doçura cordas carnais e impuras
sem decreto útil de santa ou selo de pureza,
estar nua porque o nu veste a pele da nobreza
ancestrais minhas deixaram flor na estampa
vergonha não me cobra, não cobre, não tampa.