A MENINA NA JANELA
Ao passarem, todos olhavam
Para aquela janela
Da casa branca e amarela
Nada na rua acontecia
Sem que a menina não soubesse
Dos acontecimentos cotidianos
Cativando quem por ali passava
Tinha lugar cativo na janela
O sino da igreja toca doze baladas
Anunciava o fim do período matutino
Para chegada do período vespertino
Era quando a janela se fechava
Nesse intervalo a menina deitava
Para registrar em seu diário
Os acontecimentos de idas e vindas
Depois de tudo anotado
Ficava olhando o teto do seu quarto
Fechava os olhos num curto sono
Antes de voltar para janela
Os dias da semana, a menina
Desejava que fossem todos domingos
Que o céu tivesse um lindo azul
E as janelas da sua rua fossem abertas
Para conversarem com a dela
Castro Rosas