AGORAS

Sou amigo da penumbra da noite nova,

desta luz quase apagada perto da hora

que marca o tropeço do dia e uma troca:

o claro vai ao ocaso — e o breu à aurora.

Sou amigo da sacada e do vento que roda

a imagem, mas a mantém na mesma rota

de ter entre as mãos o teor das suas bordas

úmidas e o canto das sereias dos seus poços.

Nada realmente importa se não se importa.

— E só por você eu fecharia todas as portas.