Vampiros Arlequins

Não podemos sair por aí

nas noites de nossas glórias.

Vampiros nos esperam

à porta de suas retóricas.

Disfarçados de arlequins,

máscaras venezianas carmins,

os vampiros nos espreitam

qual Séraphin.

Seus lábios de cetim

a pronunciar palavras

em versos diversos,

a contar histórias

de tantos universos,

hipnotizam-nos

e nos mantêm

submersos.

Anestesiam-nos

com salivas

a respingar no cérebro

absorto.

Os antídotos para seus venenos

não são palavras obscenas,

mas sair de cena,

abandonar a arena,

e serenar poemas.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 22/03/2005
Reeditado em 23/03/2005
Código do texto: T7415