Sem amarras
Tu me queres clandestino;
Objeto de tuas gavetas.
E se me pegas ainda menino,
Teu intento conseguirias.
Tudo me queres escondido
Dos teus dias de sol
Mas ao ver teu céu nublado,
Voltas a esta rima vadia.
Tu me queres entre lençóis
A ouvir-te as confissões e as queixas,
Mas tentar mergulhar fundo
É algo inútil porque não me o deixas.
Tu me queres mascarado
Fingindo não te querer
E não me fazes de passado,
Mas a pouco me abrevias.