DIAGNÓSTICO DE UM DERROTADO

Na lata solta na rua,

no papel virado a esquina...

Nas marcas do pecado que sujam a ponta dos

dedos,

No fedido cheiro.

É do nada.

A minha escrita

está em mim.

Do cigarro que vai a boca, até as palavras que

saem dela.

Tá no catarro do guri da casa ao lado,

no balcão podre de peixe no mercado central.

O que falo é de nadas.

Dessa variante que acontece calada.

Podia ser bonito tudo isso.

Serem flores e borboletas, um sol radiante ou

pássaros a cantarolar.

Histórias bonitas para contar.

Mas minha vida é besta.

Ou simplesmente meus olhos que nasceram para brilhar.

E neles cabem tudo...

Cabe gente.

Cabem o mundo!!

Só não cabem os sonhos que invento,

Por que morreriam sem comer,

Já que é irreal acreditar

que sonhos fiquem firmes,

onde clamam pra morrer.

Doutor!! a beleza é para os outros.

Não para mim

pra você entender...

É de quando o vazio transborda que eu costumo escrever.

E eu faço textos toda semana.

Alisson Oliveira
Enviado por Alisson Oliveira em 29/12/2021
Código do texto: T7417365
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