Sombras Amareladas

Ás vezes por dentro a gente é feito de ventos

De teias, de fios do tempo, de cobiça, de malícias

E essas manhãs que dançam lá fora, fora isso nada

O barulho do sol sobre as folhas, as sombras amareladas

Ás vezes é preciso não ter nascido, não dar ouvidos

Sair do vestido, andar com eles, insistir um tanto

Cada qual no seu paraíso, ser um só, não ser talvez

Não ser cruel consigo, siguir as variáveis da lua

Ás vezes sou de palavras avoadas, sou fiel e mudo

Mudo de caminho e em cada canto do mundo vivo

E você me diz das armadilhas da vida, do jogo sujo

Ganho caminho vou indo e vindo daqui e dali, senti

Ás vezes fico aqui fora de mim, roendo a unha

A vermelha velha ambição de ser um dia um não

Sou feita de uma ilusão grã-fina, uma solidão qualquer

A fora isso vou dançando feito chuva no salão azul da vida.

Milton Antonio

11ago/2021

milton milo
Enviado por milton milo em 29/12/2021
Código do texto: T7417551
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