O corvo

Minh’alma é gémia do corvo;

Sua negridão me atormenta;

Esta agonia de trevas absorvo,

Numa dor constante e lenta.

Em desespero profundo

Um amargo soluço ele emite;

E sua voz gritante consiste

Em chamar a atenção do mundo.

Ambos loucos e perdidos;

Nossas almas, vagueiam à toa

De lamentos e sonhos aturdidos

A vaguear qual nenúfar na lagoa

Ele geme como a voz dum sino,

E o som a lembrar um hino

Que minh’alma triste recusa ouvir,

E ambos choramos num porvir

E,como duas crianças em pranto,

Sorrimos à dor…amarguradas

Embaladas p’lo mesmo canto

Desejamos ser ALADAS!!!