Bailarina
Ai esses meus lábios,
Outrora carnudos, atraentes
Hoje só sobram os dentes
Nem consigo passar batom
Ainda assim, sou contente
Nada adepta ao preenchimento
Antes lábios murchos desatraentes
Que lábios artificiais deformados
Parecendo por abelhas beijados.
A velhice é implacável e poderosa
Dela ninguém escapa nem ganha
Talvez a mais sábia manha
Seja cada abençoada manhã
Se olhar no espelho da vida
E se ver atrevida
Em espetáculo sem igual
Como primeira bailarina
Que dança divina
Até ao ato final .
Benvinda Palma