A montanha
Quando ainda menino
Eu saia para brincar
E no fim do horizonte
Havia uma montanha
Eu, menino, jogava bola
Brincava de faz de conta
Corria atrás das pipas
Tinha meu pião e fieira.
Mas o que me causava
Verdadeiro fascínio era
Sobretudo, no horizonte
Aquela grande montanha.
Eu, menino, não sabia
coisa alguma, não sabia
que saudade dói tanto
que a infância é encanto.
E que a alma tem janelas
E a memória faz a gente sentir
um bocado de coisas que
pensava (eu) dormidas...
O tempo carregou o menino
dele pouco se sabe agora...
A pedreira comeu a montanha
E levou a promessa que fiz.
Talvez, em um sonho desperto
Eu suba aquela velha montanha
E lembre que este homem
Um dia foi aquele menino.