CONSOLOS

Às vezes,

sentava-me à janela aberta

da minha casa

para contemplar o sol.

Não tardava,

ele se anunciava

em passos tímidos,

conquista vagarosa

do seu espaço

na pachorra da manhã,

ainda sonolenta.

Ao passar pela soleira,

ganhava os contornos

do meu rosto,

acariciava minha pele,

no calor dos seus abraços.

Ele me ensinou as urgências

de viver o tempo,

livre como ar,

ao ar livre,

liberto de todas as nuvens,

e das suas nublações.

Minha tez ansiava pela sua presença,

e mesmo nos dias

que o céu chorava,

e suas lágrimas chuvosas

escorriam pela minha face,

eu sabia que estava lá,

no aguardo paciente da sua vez,

com os afagos,

com os consolos

que só seus raios sabiam oferecer.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 13/01/2022
Código do texto: T7428920
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