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Grilos, sapos, rãs...

Fendem o breu em frágeis cantos

No instinto homiziado que os supera

Chamam por um par que desconhecem

À espera de completarem no outro

Algo em que resulte mais que a soma...

Ou eu é que emolduro o canto deles

E aquele

flautista sentado na esquina

Naquela esquina

Uivando solilóquios

Num esperanto indecifrável

E o do acordeão

E o das cordas

Vivendo em serenatas

Sob a janela do céu

Violão por lira antiga

O tórax mais que tambores

Na canção sem berço

Querendo mais

O amigo, a amada, o esposo

Do peito, do leito, da alma

As faces do amor

Que eles conhecem

E nós

Cantemos também

Pois

Dentro do coração selvagem

Pulsam

Na surpresa do instantâneo

Agudas ondas de luz

Canta,

Canta, estala, eclode

Canta, criança

Até Ser, tudo é esperança

David Ariru
Enviado por David Ariru em 17/01/2022
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