Abandono

Teu olhar me abandona,

As estrelas me tratam com insignificância e eu gosto disso me consolando.

Olhares perdidos em pensamentos:

Amor, cansaço, trabalho.

Ah essa pele não me pertence,

Carcomida.

A tristeza tão pacífica,

Mar de sentimentos,

E as ondas morrem na praia:

Lamentações.

Ah vejo as ruínas de minha vida,

Sólidas,

Memórias do passado,

Desejos reprimidos,

Minha sombra não descansa.

Sou obra inacabada,

O tempo passa,

Sobra a imperfeição,

Minha vida tão incerta quanto viver.

Penso no futuro, e no presente escrevo poesias,

Angústia dos meus dias calmos,

A paisagem é a contemplação da solidão,

O nada é como o tudo,

O vazio transborda em sentimentos dormentes,

É sublime não existir,

Estou morto e cresce em mim ervas daninhas,

E caracóis rastejam sobre minha pele,

E borboletas passam pelo meu olhar aproveitando suas vidas,

E tudo isso é belo.

Vivo sem amor,

E esqueço de mim,

E lembro da eternidade em seu olhar,

Ilusões, desilusões, durmo,

Essa vida é sonho,

Essas ruas em que vago são sonho,

A paisagem adormece sobre meus olhos.

mary constance
Enviado por mary constance em 19/01/2022
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