Ai do tempo que passa

Ai do tempo que passa

Se você não reparar,

Sem demora, ele te arrasta.

Talvez essa poesia

Não tem nada a lhe dizer,

Mas é que tenho essa mania,

De tudo que vejo e sinto,

Me ponho a escrever.

Lembro-me de quando ainda nova,

O vovô sempre dizia,

Que ia chegar um tempo,

De grande agonia.

Onde até os sentimentos

Teriam sua validade.

Olha só, não era caduquice,

Hoje vejo que é verdade.

E o Vovô dizia assim:

As pessoas vão perder o valor,

Vai ter filho desrespeitando os pais,

Pais maltratando os filhos

Famílias divididas,

Um mar de inimigos.

O aconchego de um lar,

Reuniões em família,

Uma conversa olho a olho,

Uma boa companhia.

Tudo seria substituído

Por conversas superficiais,

Os relacionamentos virariam modinhas,

Expostos nas redes sociais.

Teríamos muitos amigos,

Muita gente pra curtir,

Mas na hora da dor,

Difícil alguém lhe acudir.

Nesta tal de rede, o que é bonito,

É mostrar felicidade,

Mesmo que por trás do pano,

Viva outra realidade.

Os encontros, até aconteceriam,

Mas para cada passo dado ,

Tinha uma foto pra postar,

Pois quem mais era lembrado,

Era o tal do celular.

A tecnologia é sim muito boa,

Traz grandes benefícios,

Mas nada neste mundo substitui

Um caloroso abraço amigo.

Por isso mesmo eu digo,

A você que quis me ouvir

Temos sim que evoluir,

Mudar, melhorar, aprender, crescer,

Mas as coisas boas desta vida

Não podemos deixar morrer.

Ai do tempo que passa

Se você não reparar,

Sem demora, ele te arrasta.

Didimari Santana
Enviado por Didimari Santana em 25/01/2022
Reeditado em 09/03/2022
Código do texto: T7437337
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