Kifo na Uzima

Pensando na morte e agradecendo a sorte de não ter sido eu

Fechando as portas e atando os versos ditados por deus

Remoendo a culpa por inglórias lutas, por tudo que se deu

Ajustando a bússola e pensado na vida dos meus

Curando as feridas, as físicas e as narcísicas, tudo o que doeu

Tentando fazer boas rimas, tentando fugir das rinhas, trazer luz pro breu

Sigo sem rota e com minha mania de trancar portas e me fechar feito um camafeu

Será que minha vida importa? Será que já se saciaram com o sangue que se verteu?

Pergunto mas sei a resposta, sei das vidas que ceifaram, do tiro que se despendeu

Mal escrita vida em linhas tortas, sina imposta preu

Pensando na morte imposta, no sangue na poça, na minha mania de proteu

A morte sempre bate à porta, espreita na esquina e no quiosque, poderia ter sido eu

E agora o medo me paralisa e a esperança já feneceu

Ouvindo as notícias do dia, numa narrativa crua e fria, uma parte de mim também morreu

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 06/02/2022
Reeditado em 09/02/2022
Código do texto: T7445888
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.