Retrato!

Retrato, reflete.

Presente, passado...

No olhar a saudade.

Da inocência esquecida no tempo.

Quando o olhar,

Revelava carência.

Nunca licenciosidade, indecência.

Retrato.

Presente, passado, desfilam...

E deixam meu corpo marcado.

Por mãos tantas... pensamentos,

Tormentos e sentimentos.

Turbilhão em meu coração.

Dor, quase arrependimento.

Pecados por vezes repetidos.

Adormecidos no peito.

Despertados por beijos.

De um demônio alado,

Chamado solidão.

Sedutor meu sonhar...

Revendo retratos.

Infidelidade, verdade!

Traição na freqüência dos sonhos.

Alucinação desmedida,

Busca da justa medida... do amor!

Justificativa, barata, perdida.

Loucura no ato,

Desencontro. É fato.

Desfalece a verdade gritada do amor.

Quando a alma tropeça.

Na trama do envolvimento,

Só resta o lamento.

Lembranças, saudades.

Vaidade.... covardia,

Fugir de uma fotografia!

Não.

É da lascívia do corpo,

Renovada nas imagens mostradas.

Lembranças,incrustadas,

Que me crucificam a alma.

Desvanecida num mar de azul e espelhos.

Refletindo no desejo dos olhos,

A ânsia de corpos expostos.

Como uma aquarela obscena,

Numa seqüência de cenas.

Luta insana e suada.

Pernas entrelaçadas.

Seres aflitos por sexo,

Carentes de afetos...

De resto,

Lágrimas desoladas na noite.

Me fazem caminho no rosto.

Retratam as mágoas, pelo tempo deixado.

Olhando... retratos!

Observadora
Enviado por Observadora em 21/11/2005
Reeditado em 22/11/2005
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