Do que adianta?

Do que adianta, você conservar as minhas palavras num papel,

se as suas, eu não posso escrever?

do que adianta, meu amor...

você dizer,

que quer me ver

se me deixa

na espera amarga

de não saber.

do que adianta seus sorrisos,

se vivo só, na queixa

esperando amanhecer.

Mas minha saudade,

eu mato de fome

e no silêncio,

pra você não ouvir.

O meu lamento eu engulo

e rasgo

embriagado

os versos que escrevi

que se foda então

a minha razão,

e toda a paixão

que deixei brotar,

mas não senti

que morra calado

o meu desejo

e o poema

de amor

que não vivi

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 14/02/2022
Código do texto: T7451932
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