Ser poético configura o ser poeta?

A poesia é esta mesma,

Aquilo tudo podes desfazer,

Ou fazes tu o teu melhor

(O que tu queres);

A poesia sendo esta mesma

E não aquela totalidade, é o instante

Brevíssimo, alocado de uma rima

"De verdade", a que se faz na alma do poeta,

A que se faz no ser ao ser,

A que não cabe redução, a que é de antemão e nada mais tem a dizer, é esta mesma que eu quero e estou a pagar pra ver;

É esta pois a rima sublime, dos quatro

Cantos dos quartetos, pois em músicas

Tão longínquas, reduziram-nos tão belíssima língua; estás a me dizer

Complacentemente o meu pecar,

Mas se peco na subordinada,

Seria vírgula ou algemar? O que pões

Nas tuas mãos é o mesmo que em tua boca _ papagaios_ teus saberes camaleões, teus adornos tão longínquos, os versos de cipoes/Cipião, sequer entraram no coração, como, quiçá, as musas de Camões; se da ironia entedeste, não me pertubes com sermões, sou o rei do meu poema, o subjetivo do poeta, que absorve tudo em essência e que por sua vez em fuga não volta a fundamental.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 18/02/2022
Reeditado em 18/02/2022
Código do texto: T7454793
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.