PÁSSARO FEIO.

Um pio me despertou

Para a qualidade do nada.

Era um pássaro feio e que

gozava de penas molhadas.

Ele observava uma formiga

contemplar a árvore.

A árvore flertava meus olhos,

e não concordava com minha

desventura.

Eu quis dizer que estava mais

Voltado para a felicidade,

mas meu jeito de olhar

gerou indecisão.

Nesse transe o pássaro

Piou na minha pele

O pio resvalou no coração,

e arredou a nuvem que me cobria.

Pus um dedo no território

dos esquecidos,

e percebi que a pluralidade

neste local tem seus critérios.

O pássaro percebeu que

tinha me tocado e pulou

de galho.

Foi aí que a formiga criou

asas na imaginação.

ela escondeu no seu gueto ,

divagou nas penas molhadas

do pássaro.

O pássaro se encantou e partiu.

Eu me perdi,

sai deste oásis e cai no lamaçal.

Mergulhei na nossa sociedade.

Essa não tem jeito.

Me ajeitei na cadeira,

Peguei a medalha que minha

Vó me deu.

Pensei, para a sociedade

ela não vale nada.

Para mim vale as lembranças

e saudades.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 04/03/2022
Reeditado em 16/10/2022
Código do texto: T7464844
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.