Bolero da meia noite

Me dê vinho porque a saudade no peito eu já tenho!

Oh saudade alucinógena que dança pela minha sala

Enquanto eu desenho a face do meu anjo amado

A minha flor andrógina

Mais belo que Afrodite

A lua é muito pequenina...

Estou embriagada rodando e dançando um bolero pela madrugada

Na esperança e na ânsia de me perder nos seus braços

E não me achar nunca mais,

Minhas mãos cheiram desodorante

As pernas fazem trança ritmada

E eu bambeio numa nota só

Chega a me dar dó

Porque eu depositei tudo e me doei

Podem dizer o que quiser

Eu só pensei em amar e não olhei pra trás,

Oh como anseio pela chegada da noite

Pela chegada do meu querido e amado

Oh quanta tristeza quando não vens

E eu me acabo bailando no chão da sala enquanto meus lábios pronunciam o seu nome

Tenho e sede e tenho fome

De todo o meu Ser

Tenho na palma das minhas mãos e dos meus pés

A paixão que me devota e a melancolia que me devora...

Sinceramente eu só sei ser poeta

E é tudo o que eu sou

Eu só aprendi a amar e declamar

Já me basta na vida!

Agora chamem o meu amado

Que eu preciso viver o que eu escrevo

Ou tudo isso não passará de palavras

Bijuterias que não valem a cabeça de uma formiga...

Eu só preciso dançar mais umas duas doses dessa noite

Valha-me Deus tão bela essas noites da minha vida!

Luciana dos Anjos
Enviado por Luciana dos Anjos em 08/03/2022
Código do texto: T7468385
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