INÍCIO VAZIO

INÍCIO VAZIO

Inicial, o segundo do poema mortal,

Humaniza o poder do ter.

A certeza é apenas,

Uma visão que morre.

Em adiantamento, o olhar indefinido,

Vai-se sabiamente,

Para dentro de um invólucro,

Cuja fechadura física,

Estabiliza o ainda.

Contrariando ausências,

O deixar pesa.

O talvez verdadeiro,

Volta aos casos da conveniência.

Razoável, a probabilidade imortal,

Vem de um já vivo.

A vez contínua dos lugares,

Habita em concepções.

Os modos conseguem partes,

Que florescem geograficamente em manhãs.

Aberto a multidões,

O voo migra.

Repartido, o paraíso do mundo,

Apressa o brilho.

Ao colecionar razões,

O movimento naufraga.

O bem diário,

Faz antecipações.

O enterro acaba com as mesmices,

Causadas pelas memórias do vazio.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 12/03/2022
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