DESACOSTUMADO

Ando com saudades

das coisas que nunca tive,

desabituado que estou

de cultivar ausências.

Não tenho a lua,

apenas o luar,

do mar,

respiro só gotas pálidas,

como pétalas de jasmim,

pela falta de um amor,

que seja o meu jardim.

Ando triste,

consumindo solidões

cruas,

consumido nos silêncios,

das ruas

das peles nuas,

despidas

nas esperanças

vãs,

vão da

despedida.

Tento a todo custo

fugir de mim,

mas encontro-me

nas esquinas baldias,

vértices das noites vazias,

vestem-se com as cores frias,

abandonos de todos os dias.

Desacostumei-me

com essa ausência,

presente

e eternamente fugidia.

Apenas tenho

a presença

ausente

para me fazer companhia.

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 14/03/2022
Código do texto: T7472082
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