Um torna dois, que torna um no amor sempiterno.

Há muito tempo era um na plenitude da solidão.

Deste um fez-se dois parceiros no vigor do amor.

Dois seres a se completarem num só recompor.

E na roda viva da vida dois volta a ser um na paixão.

Mas a mesma paixão que recompõe, traz separação.

Pois a mistura humores descompassam as vidas.

E o sentimento de posse prendendo rompe as medidas.

E agora são dois sós, na solidão da incompreensão.

Restando uma busca infinda da outra justa metade.

Duas almas gêmeas só, na separação do egoísmo.

Incompletas seguem defraudadas pelo individualismo.

Riem risos rasos incompletos sem sua cara-metade.

Ah como seria bom... Se o amor revivesse a união.

Se as caras-metades se encaixassem nas diferenças.

Se as almas gêmeas tornassem unas sem avenças.

E os humores filtrados pelo amor cimentasse a afeição.

Tornaríamos um completos em dois pela eternidade.

De uma viva alegria dum amor que a vida aviva,

Num universo de dois seres que a vida grita viva;

O amor em sua inteireza e em sua sempiternidade.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 16/03/2022
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