ENTRELINHAS.

Você é este ser inquieto ,

que despreza sempre o outro,

Disso eu não tenho dúvida,

Já sofri do seu açoite.

Você é tala de couro

leva a vida a laminar,

Feri profundo o dorso,

empurra a alma a lamaçal.

Você é resto do nada,

na plataforma do amor,

seus olhos são dois faróis,

é fria máquina de terror.

Você é uma máquina

que derruba tradições,

Tua pele corta fundo

Como bala de canhão.

Você é um cotonete,

que destrava a audição,

quanto mais limpa a cera,

Mais suja o coração.

Você é como uma poeira,

perdida num estradão

que o vento passa e leva,

Para outras dimensões.

Mas no todo não é ruim,

é um prato predileto,

que sacia sempre a fome,

dos que ti faz de objeto.

Você é ímpar no jogo do amor,

Faz arder a fria carne,

nas chamas de forte ardor,

enquanto se senti a única

não vê que o tempo passou.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 16/03/2022
Reeditado em 17/03/2022
Código do texto: T7474038
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