Aquela Margem

Queria atravessar à outra margem

E pisar a crosta estaladiça;

Agarrar-me à vida e à folhagem

Saindo desta areia movediça

Insegura,sinto-me afundar

E, como a onda do mar,grito e rebento

Ninguém…ninguém p’ra me ajudar

A sair deste pantano, barrento.

Caminho sem fôlego, devagar…

Pulsando dentro de mim este arrastar,

Vendo ao longe a margem a florir

E eu agonizante, vencida, morrendo,

Vejo algo ao longe que me faz sorrir…

É aquela margem…que me vê sofrendo!...