DAS ESPERAS QUE ESPERAMOS

Somos todos espera!

Do sol

que vem secar

os alagados,

da chuva

que vem alagar

os ressecados.

Dos dualismos

do tempo,

aos realismos

em tempo

dos idealismos

sem tempo.

Da rima

pobre,

pois

pobre

é a sina

do esperar.

Esperamos

até pela espera,

para não perdermos

o direito de sonhar,

de sonhar direito

num mundo

vestido pelo avesso,

avesso

de tanto esperar.

Esperamos

alegrias

com roupas coloridas,

e as tristezas

com vestes doloridas.

Esperamos

pela tardança

da morte que um dia

nos alcança

nessa fuga existencial.

Enquanto

ela não vem,

esperamos

pela esperança

num sorriso da criança

ou no seu choro

depois que esperamos

cortar o cordão umbilical.

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 02/04/2022
Código do texto: T7486702
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