Eu

Um dia quis ser poeta;

Peguei na caneta

E tentei ser eu

Escrevi e logo aconteceu

Chegar à conclusão

Que, afinal, eu não era eu...

Porquê esta fantasia

De querer ser um dia

Aquilo a que se chama ser poeta?

Pegando, numa mão, a caneta,

Na outra, rosas a desfolhar

E cada pétala que caía

Via meu verso a desmoronar.

Em cada uma havia tal expressão

Que logo apanhei com carinho

Numa incrédula admiração

Formando com elas um tapete

Em que cobri esse caminho

E,sem reagir, entristeci somente.

Foi duro aquele cenário

Ao dar-me conta daquele calvário

Sinto bem fundo meu desvario

Sentimento bem sombrio

Ao querer, lá do cimo, tentar rima

Frustração...

Nada aconteceu...

Nem uma quadra me anima!

Conclusão:

Não sou profecta...

Nem poeta...

Apenas sou... Eu