Outono

Foi minha mocidade,

Intensa primavera,

de flor em pleno estado.

Um tempo sempre agora,

sem medo de futuro,

sem sombra de passado.

A cada instante, a vida,

Janela escancarada.

Manhãs alvissareiras

de quentes descobertas.

E após cheiros e cores,

em tudo, só verão.

Amores instantâneos

sonhando eternidade.

sem tempo de pensar

que tudo passaria.

que os sonhos sempre vão.

E então, o triste outono

em brumas veio, enfim...

As folhas desbotadas

um manto de abandono.

aberto sobre mim.

Fugaz foi todo encanto,

foi tudo passageiro.

O tempo, traiçoeiro,

passou, não era eterno!

Cumprindo triste sina

o espinho jaz sem rosa!

Diviso ali na esquina,

a imagem tenebrosa!

do inevitável inverno!

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 10/04/2022
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