Outono
Foi minha mocidade,
Intensa primavera,
de flor em pleno estado.
Um tempo sempre agora,
sem medo de futuro,
sem sombra de passado.
A cada instante, a vida,
Janela escancarada.
Manhãs alvissareiras
de quentes descobertas.
E após cheiros e cores,
em tudo, só verão.
Amores instantâneos
sonhando eternidade.
sem tempo de pensar
que tudo passaria.
que os sonhos sempre vão.
E então, o triste outono
em brumas veio, enfim...
As folhas desbotadas
um manto de abandono.
aberto sobre mim.
Fugaz foi todo encanto,
foi tudo passageiro.
O tempo, traiçoeiro,
passou, não era eterno!
Cumprindo triste sina
o espinho jaz sem rosa!
Diviso ali na esquina,
a imagem tenebrosa!
do inevitável inverno!