BRUMAS

BRUMAS

Na diminuta bruma de memórias

Um inspirar um expirar

Relembra a rebentação

Das ondas espumantes

A lhe lavar os pés afundados na areia

Passa o tempo que se finita

Onde tudo se esvai

A orla marinha

As aragens de maresia

Numa bonança de aromas

De flores e palmeiras

Que adornam toda a orla

As marés indo e vindo

Batendo nas rochas gastas

Faz lembrar o ápice

Contrastando com a vida em declínio

Que se sobrepõe as ondas

Num lampejo rápido nota o horizonte

Distante de outros dias

E como se pudesse vencer utopias

Percebe o crepúsculo vindo lento

E sonha com o amanhecer

Ilusoriamente procurando alento

Depois nada mais, submerge

Nas águas salgadas da vazante

Num último fremir de vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/04/2022
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