Poesia Silvestre

A poesia não tem dono

é dos olhos de quem lê

Não há quem domestique

Selvageria não tem lei

Onça-pintada na tela do pantanal

Injaulável, eu já tentei

Mas ao pousar no dedo

Cai nos braços de Morfeu.

Esta água que não mata a sede

Quanto mais sorvo, mais afundo a raiz

No encalço do lençol freático do eu

Cada vez que apunhalo o solo

mais frondo minhas vestes

com aviamento de botão de flor.