A poesia ausente

 

Onde andará minha poesia,

Mulher adúltera, vadia?

De dia tanto me apavora,

De noite vem e me devora.

 

Onde seus cabelos tingidos,

Os olhos negros, tão fingidos?

Em qual cama estará seu sexo,

O seu pensamento sem nexo?

 

Se hoje ela tarda, até me ignora,

Ou sem adeus finge ir embora,

Amanhã voltará correndo,

Querendo dar, não se contendo.

 

 

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N. do A. - Na ilustração, Mulher com Véu Azul de Antônia Contra (Espanha, 1968).

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 14/04/2022
Reeditado em 14/04/2022
Código do texto: T7495065
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