Alt - isso não é sobre aquela tecla do computador, já que eu nunca gostei tanto de informática, mas no fim das contas sou dependente dela.

Desde que os pássaros foram embora

e desde o meu afastamento voluntário do rio

Tento olhar para peculiar glória

das tuas mixagens, sabendo que ao vivo seria um terror, pois você é uma espécie de fraude gosmenta.

Assim como eu, que não me agarro ao desespero certo, e a perda de sangue necessária cobrada pela verdade, que não pode mentir ou habitar num ser plural.

Sem maquiagens aparentes podemos não escancarar realidades doídas, sádicas.

Somos melâncólicos na verdade, até os coléricos, mas isso não é matéria nenhuma das cadeiras de psicologia de universidades renomadas, ou não.

Para quem você diz Aleluia?

Tú costuma misturar verbetes engraçados, isso é poesia.

Para quem mesmo?

Não é perda de tempo? Meu ser insiste em botar esperanças na ideia de que nossas almas tem a certeza de que, de maneira alguma, jamais.

Os ruídos melódicos que saem da sua boca trazem imagens esquisitas, por não serem feias ou bonitas, ao conjunto de neurônios abrigados em meu cérebro, uma parte essencial do meu corpo que vai além de uma simples soma de orgãos. Eu me recordo de dias esquisitos, por não serem nem feios nem bonitos. Os ruídos que saem da sua boca me fazem navegar.

Desde o meu afastamento voluntário do rio e desde que os pássaros foram embora, preciso me lembrar das delicias que me dão através da sua poesia louca, doída.

N.V - 04/22

LizaBennet
Enviado por LizaBennet em 15/04/2022
Reeditado em 15/04/2022
Código do texto: T7496035
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