O silêncio dos contentes

O silêncio dos contentes

é mordaz como um assalto,

faz neblina sobre o asfalto

ao ver sinceros dentes.

Logo a vida, tão desdentada,

se curva e, desarmada,

faz troça dos exigentes.

A felicidade fracassa

ao tentar ser sorrateira,

sua existência é zombeteira,

mesmo que nada faça.

Mas a tristeza, ser restrito,

se esconde a pleno grito

e faz, da neblina, extensa fumaça.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 16/04/2022
Código do texto: T7496094
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