Aos gaúchos de setembro
Fiz uma marca das “buena”
P’ra mandar p’ra os festival
Mas como não sou bagual
“ e nem invento que sou”...
Me botaram p’ra escanteio
Não passei nem na triagem
E nem na “camaradagem”
Minha música passou.
Dizem que não sou campeiro
Que não sirvo para a estância
P’ra mim é pura implicância
Dos “gaúchos de setembro”...
Que só falam em “capá touro”
Curar bicheira e “domár”
P’ra vocês vou explicar
Que de Rio Grande eu entendo.
Meu compadre eu não compreendo
Quero que tu me esclareça
Tô doente da cabeça
Ou não entendo mais nada....
Porquê é que só é gaúcho
Me diga neste regalo
Quem tem cheiro de cavalo
E anda de bota cagada.
Cantemos as coisas lindas
Que têm em nosso rincão
Falemos de coração
E da mulher pampeana...
Na linguagem universal
Que temos na nossa terra
Pois não há coisa mais bela
Que um poema de Quintana.
Me perdoem “grandes poetas”
De inigualável cultura
Que exaltam a grossura
De um jeito tão natural...
O povo já não aguenta
Esses “versos rebuscados”
E o resultado esperado
É o fim dos “festival”.